"Isso pode Arnaldo?"

Três em cada dez brasileiros compram com nome de terceiros

Levantamento divulgado nesta terça-feira (8) pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) revelou que 36% dos consumidores brasileiros realizaram compras com o nome de terceiros nos 12 meses anteriores a pesquisa. As pessoas de baixa renda (38%) e os jovens (46%) são quem mais pedem o nome emprestado.

De acordo com a pesquisa, a prática é mais utilizada, principalmente, pelas pessoas com dificuldades de acesso ao crédito ou que enfrentam imprevistos e não contam com uma reserva de emergência. Três em cada dez (30%) se encontravam com o limite estourado no cheque especial ou cartão de crédito.

Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o consumidor que empresta seu nome precisa refletir sobre as consequências do ato. “Caso o tomador do nome emprestado não consiga honrar o compromisso assumido, é a pessoa que empresta o nome quem arca com as consequências financeiras e jurídicas da situação. Recusar ajuda para familiares e amigos pode parecer cruel, mas muitas vezes, essas já apresentam um histórico desfavorável de pagamentos e há um risco real de que a dívida não seja paga e quem emprestou o nome será obrigado a arcar com o pagamento da quantia sozinho”.

Pais e cônjuges – Os mais procurados por quem pede o nome emprestado são as pessoas do círculo de convivência, como pais (28%), cônjuges (21%), amigos (17%) e irmãos (16%).

7% dos que pediram o nome emprestado não avisaram o valor da quantia que seria utilizado. Dos 87% que avisaram sobre o valor que seria gasto, 11% acabaram consumindo acima do combinado.

“Em vários casos, quem empresta desconhece a finalidade daquele dinheiro, que pode acabar sendo usado para aquisições que não são de fato emergências ou importantes. Antes de emprestar o nome, é válido procurar entender o que motivou o pedido para tentar ajudar a pessoa de outra maneira. Para não se comprometer de imediato, a pessoa abordada pode dizer que consultará a família antes de dar uma resposta, por exemplo”, afirma o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.

90% dos entrevistados afirmaram terem pago ou estarem pagando as parcelas, porém 12% reconhecem alguma prestação em atraso.

Relação de amizade – Em 51% dos casos a falta de pagamento do dinheiro emprestado afetou a relação entre as partes.

Apesar de já terem sido ajudados nessa situação, 49% disseram que não emprestariam o próprio nome para outro.

O cartão de crédito é o meio de pagamento mais solicitado (74%) por quem pede o nome emprestado para fazer compras.

Metodologia – O levantamento entrevistou 805 consumidores, sendo que continuaram a ser entrevistados somente quem disse ter pedido o nome emprestado a terceiros. Margem de erro da amostra total é de 3,4 pontos percentuais, para uma margem de confiança de 95%.

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