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Trauma: O caso da Saúde na Paraíba

traumaNão me recordo de outro momento na história na Paraíba que o tema da Saúde tenha sido tão discutido e denunciado diante de tantos registros de desrespeito, ou em outras palavras, a própria ineficiência do Estado em oferecer um atendimento básico à população.

A primeira dificuldade começou pela terceirização da Saúde, incluindo em um mesmo pacote, os Hospitais de Traumas, únicos da Paraíba que são referências no atendimento especializado de urgência e emergência.

 

Se não bastasse a transferência da responsabilidade administrativa, a intransigência de negociar com os médicos paraibanos também foi outro obstáculo criado pelo Governo do Estado, que mesmo não conseguindo comprovar bons resultados, persiste na contratação de profissionais de outras regiões, que em muito dos casos, se quer cumprem o plantão, devido às altas cargas horárias.

Em setembro de 2011, o uso de furadeiras domésticas durante a realização de cirurgias no Hospital de Trauma Humberto Lucena em João Pessoa, também foi outro fato que marcou a página da Saúde na Paraíba nestes últimos três anos.

No Sertão, a situação não se difere. No Hospital Regional de Patos, as mudanças de direção administrativa tornaram medidas constantes, isso sem pontuar as diversas notificações do Conselho Regional de Medicina, que chegou a ameaçar a interdição Hospital, apresentando um relatório com mais de 50 irregularidades ao Ministério Público. O caso chegou a tanto, que uma enfermeira que prestava serviço no Hospital foi demitida, apenas porque discordou das condições de trabalho.

Recentemente uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), na Secretaria de Saúde da Paraíba, constatou o desvio de aproximadamente R$ 4 milhões nas verbas repassadas pelo Governo da Paraíba à Organização Social Cruz Vermelha, empresa terceirizada pelo Estado para gerenciar a Saúde.

As imagens divulgadas em rede nacional nesta quarta-feira, 4 de junho, mostrou novamente a falta de respeito aos pacientes paraibanos que dependem da Saúde do Estado. O episódio recente aconteceu no Hospital de Trauma de Campina Grande, após um cadeirante que reclamava de dores na coluna pedia para ser atendido, mas que por está sem documentos, acabou sendo puxado e arrastado por seguranças para fora do Hospital.

Antes que alguém se arrisque em remeter todos estes casos à denúncias eleitorais, destaco que nenhum destes problemas foram surgidos a partir de discursos na Assembleia Legislativa ou Congresso Nacional, mas das próprias categorias de profissionais e dos órgãos de fiscalização.

A pergunta é, até quando a Saúde será um Trauma para Paraíba?

POR EPITÁCIO GERMANO

 

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