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THIAGO BRAGA – O CONTRIBUINTE SEMPRE PAGA O PATO

            Após a desistência do governo federal em apresentar no congresso a proposta da volta da CPMF que viria com um novo nome, CIS, na tentativa de equilibrar as contas, o governo volta a apresentar novas medidas para aumentar a arrecadação e engordar os cofres públicos do país. Se falou muito no início da semana passada, em cortar os gastos na carne, diminuindo o número de cargos comissionados, extinguindo ministérios, cortando gastos operacionais desnecessários e até mesmo vendendo prédios ou terrenos da União que encontram-se ociosos. Bem, mas, como foi anunciado pelo ministro, Nelson Barbosa, isso é apenas um estudo que está sendo cogitado pelo Palácio do Planalto. Parece até que o anúncio é feito apenas para conter um clamor popular, pois, medidas efetivas na verdade ninguém vê.

            Eis que a equipe de planejamento e orçamento do governo toma uma medida completamente inovadora, jamais vista na história do país, enviou ao Congresso Nacional uma projeto de orçamento prevendo gastos maiores do que as receitas. A estimativa para 2016 é de um déficit de aproximadamente 30 bilhões de reais. A proposta ainda traz a previsão de crescimento da economia que será de 0,2%, também a inflação do ano 5,4% e ainda o aumento do salário mínimo que sairá de 788 reais e passará ao valor de R$ 865,50, o que não irá representar ganho real devido a inflação. Tudo isso se todas a metas forem atingidas, o que é muito difícil, ora, se atingir a meta de crescer 0,2% ao ano está ruim, imaginem dobrar a meta.

            Ao invés de criar novos impostos, o Palácio do Planalto mudou sua estratégia e agora vai passar a cobrar mais dos impostos já existentes em seu cardápio bem variado, e pegará o brasileiro onde ele mais consome. Vinhos, uísques, computadores, tablets, smartphones e até mesmo a tomada de crédito feita pelo BNDES vão ficar mais caros. Foi o que trouxe uma publicação extra do Diário Oficial da União de ontem, onde instituiu o retorno da cobrança de PIS e Cofins sobre produtos de informática, o retorno do IOF para operações de Crédito do BNDES, cria um novo modelos de tributação para bebidas “quentes” e impõe cobrança de imposto de renda sobre os pagamentos feitos por uso de direito de imagem e voz. A expectativa da arrecadação adicional é 11 bilhões de reais ao ano, se não fosse a nova cobrança o rombo chegaria a 40 bilhões de reais. Com a publicação de ontem, o governo passa a se beneficiar a partir de dezembro deste ano deixando o natal das famílias brasileiras mais amargo.

            Enfim, energia elétrica, combustível, alimentação, tudo, absolutamente tudo está mais caro, o que eleva o custo de vida das famílias e o que vemos mês após mês são mais aumentos sucessivos, a pergunta que fica é aonde a economia do país vai parar? Porque lembre-se a corda sempre arrebenta do lado mais fraco e o contribuinte sempre acaba pagando o pato.

Por Thiago Braga.

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