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THIAGO BRAGA – O CAMINHO É SEMPRE O MESMO

                 Parece até chato e meio repetitivo ficar sempre falando na economia do país e no déficit das contas públicas previstas para o ano que vem. Mas, a insatisfação dos brasileiros e a repercussão negativa de algumas declarações feitas pela equipe econômica do governo nos fazem voltar a esse assunto que preocupa e interfere diretamente na vida dos brasileiros. A nova ideia do ministro da fazenda, Joaquim Levy, é aumentar o imposto de renda dos brasileiros, atingindo diretamente o bolso classe média brasileira. Levy tem defendido e classificado, como absolutamente fundamental atingir a meta do superávit primário de 0,7% do PIB em 2016, ou seja, trocando em miúdos, ele quer dizer que não basta apenas empatar as contas buscando os 30 bilhões de reais que estão faltando, para o ministro, o objetivo é conseguir 60 bilhões de reais para atingir a meta em questão, mas o ministro não está errado não, depois das pedaladas de 2014, seria muito ruim para imagem do governo repetir a dose.

            A reação do Congresso Nacional às declarações de Joaquim Levy foram imediatas, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente, criticaram a possibilidade de aumento do imposto de renda. Para ambos, o governo deve cortar gastos na carne antes de se pensar em qualquer possibilidade de aumento de impostos. Isso é como um orçamento familiar, se a renda da família sofre uma queda, a primeira coisa que se faz é cortar os gastos desnecessários e economizar nas coisas básicas, chega a ser como a terceira lei de Newton que diz que para toda ação há uma reação. Entre os demais deputados e senadores, o possível aumento também não foi visto de forma positiva, dando sinais de que se o governo apresentar um projeto dessa natureza no legislativo, não será aprovado.

            Eis que o nosso vice presidente, Michel Temer, tem uma grande ideia para superar esse problema e abastecer os cofres federais, o que não significa dizer que ela seja boa, principalmente para nós contribuintes. Em um jantar ontem em Brasília, com os governadores do PMDB, Temer apresentou uma proposta de elevação de 50 centavos da CIDE, que é a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, um tributo cobrado sobre a venda de combustíveis no país. Vale salientar que para que isso ocorra o governo não precisa apresentar projeto no Congresso, nem muito menos de sua aprovação. Ideia genial, não é mesmo? Faço como o senador Fernando Collor, Filho da P….! Como um percentual da CIDE é direcionado para os Estados da Federação, o vice presidente quer primeiro afinar o discurso interno para só então depois apresentar a proposta publicamente.

            A solução correta e que não é apresentada por ninguém do governo, é o corte de metade dos ministérios, a redução de 10% dos cargos comissionados em toda administração pública (secretarias, ministérios, autarquias, empresas públicas e etc), uma política de privatização da infraestrutura do país (rodovias, ferrovias, portos e aeroportos) além das distribuidoras e refinarias da Petrobrás e por último a  venda de prédios da União que são dispensáveis à administração. Feito isso, o Brasil cobriria o rombo previsto para o ano que vem, mas sabemos que é muito difícil de acontecer pela falta de vontade política dos nossos governantes.

            O que revolta e causa indignação, não só em mim, mas em toda classe trabalhadora, em todo empresariado e em todas as pessoas que ganham a vida de forma correta e honesta, é a certeza da não aplicação correta dos impostos arrecadados. O Brasil está entre os países que mais arrecadam imposto no mundo e em contrapartida também está entre os países com menor Índice de Desenvolvimento Humano(IDH), com os piores resultados no Índice de Retorno de Bem Estar da Sociedade, baseado na arrecadação total do país.

            Em síntese, o governo quebrou o país e não quer assumir a responsabilidade pelo erro, como se já não bastasse a alta carga tributária paga pelo contribuinte o governo quer aumentar essa carga transferindo a responsabilidade para quem foi enganado pelas promessa de desenvolvimento e austeridade de quem está no poder, pois, o caminho é sempre o mesmo, meter a mão no bolso do cidadão e usurpar o fruto de seu suor e dedicação ao trabalho.

Por Thiago Braga.

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