Tecnologia

Primeira pintura feita por inteligência artificial vai a leilão

Se você olhar com atenção vai poder observar os traços de um homem com o rosto borrado e roupas que remetem ao século 17. O que parece ser uma pintura feita por um artista é, na verdade, uma obra desenvolvida por Inteligência Artificial. “Portrait of Edmund de Belamy” é um quadro que, embora tenha referências de nossos antepassados, foi criado em 2018 por um coletivo artístico de Paris chamado Obvious que utilizou o aprendizado de máquina para o projeto.

A pintura será leiloada entre os dias 23 e 25 de outubro, na Christie’s, uma casa britânica de leilões e uma das empresas de arte mais importantes do mundo inteiro, que movimenta bilhões anualmente. É a primeira vez na história que uma obra do tipo irá a leilão.

A máquina, contudo, ainda requer o auxílio de programadores humanos em suas criações. E para a primeira pintura, os criadores esperam arrecadar entre sete e dez mil dólares.

“Portrait of Edmund Belamy” é a primeira de uma série de pinturas sobre a família fictícia apelidada de Belamy pelo coletivo parisiense. Para criá-la, o grupo precisou de referências de elementos visuais e, por isso, analisou 15 mil imagens criadas entre os séculos 14 e 20 — tudo isso para formar uma única obra.

O longo processo de criação incluiu o download dessas milhares de fotos e a análise de computador de cada uma delas, até que a máquina aprendesse como que fazer uma pintura semelhante. A partir disso, foram criadas inúmeras versões de pinturas por meio dos algoritmos presentes na IA.

Richard Loyd, chefe internacional da Christie’s contou à CBS que o computador só para de funcionar a partir do momento que for impossível diferenciar quem fez aquela pintura. “O ciclo só é finalizado quando não conseguirem distinguir a diferença entre uma pintura feita por IA e outra realizada por um humano”, disse Loyd.

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