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Noite de música no Centro Cultural Piollin

seu pereira“Paraíba masculina, mulher forte, feminina”. O verso que serve de refrão para ‘Paraíba’, canção do grupo mineiro A Fase Rosa, inspira-se na homônima gonzaguiana. Ela será o hino do show que os jovens fazem hoje com Seu Pereira e Musa Caliente, em João pessoa. O Centro Cultural Piollin abre as portas para a apresentação musical às 22h. Os ingressos custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia).

Trata-se da primeira turnê nordestina da turma, que já lançou seu segundo disco, Leveza (disponível para download gratuito no site www.afaserosa.com.br , em Salvador (BA) e Recife (PE), seguindo amanhã para a capital vizinha Natal (RN).

“A gente gosta muito da cena musical nordestina”, afirma Thales Silva (guitarra e voz), compositor do quarteto formado por ele e Fernando Monteiro (bateria e voz), Rafael José (guitarra e voz) e Rodrigo Magalhães (baixo e voz). “É do Nordeste que sai a maioria dos artistas interessantes da MPB, que continuam reciclando o gênero.”

Como exemplos desta reciclagem, o vocalista da banda cita os artistas pernambucanos do pós-mangue Beat e, daqui da Paraíba, o próprio Seu Pereira e Musa Caliente, projeto paralelo ao Seu Pereira e Coletivo 401, que reúne Jonathas Falcão (guitarra e voz), Victorama (bateria), Chico Correa (guitarra) e Thiago Sombra (baixo). Da velha guarda, o exemplo que vem à mente é Geraldo Azevedo, a quem eles homenageiam com uma versão de ‘Dona da minha cabeça’ (do álbum De Outra Maneira, de 1986), releitura que gravaram para um programa de televisão da Rede Minas.

Além das canções do novo trabalho, o repertório terá três hits do disco de estreia d’A Fase Rosa, Homens Lentos (2013): ‘Desmancha’, ‘O jogo’ e ‘Lourdes e Leblon’. “São as que mais funcionam deste primeiro disco”, diz Thales. “Tocamos Leveza quase que integralmente também. Depois destes dois anos corridos em termos de produção, queremos desacelerar neste quesito e rodar um pouco mais pelo Brasil.”

Os dois anos de corre-corre não resultaram apenas nos dois títulos da banda. Thales Silva também se lançou em carreira solo com o álbum Minimalista e todo o coletivo participou com o sambista Dudu Nicácio do seu Coisa de Louco (ambos de 2014).

MÚSICA POLITIZADA

Leveza coroa um momento em que A Fase Rosa (o nome é inspirado em um dos períodos criativos do artista plástico espanhol Pablo Picasso) ameniza o tom político de suas letras. “Eu não sei se escolheria a palavra ‘ameniza’, que passaria uma ideia de ‘higienização’ equivocada”, corrige Thales, leitor atento da obra de Darcy Ribeiro e Milton Santos (é de um conceito do geógrafo que surge o título do primeiro disco, Homens Lentos).

“O que acontece agora é que a gente já não tem mais o medo de não ser político, mas se você pegar o disco e analisar, ele é político do início ao fim”, esclarece o músico formado em Turismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde encontrou o colega Rodrigo Magalhães, com quem fundou a banda no ano de 2009.

O CD tem 12 faixas, todas com o dedo de Thales Silva, que tem uma parceria com o baixista Rafael José (‘Paraíba’) e duas outras com Paula Berbet (‘Essa nega me falta!’ e ‘Cheiro bom – homenagem ao Tibet’). Segundo o compositor, as colaborações já renderam outras músicas que ficaram na gaveta para o terceiro disco, ainda sem previsão de gravação em estúdio.

Jornal da Paraíba

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