Corrida Presidencial

Josué Gomes poderá ser alçado a vice de Alckmin

Líderes dos partidos do Centrão fecharam acordo ontem para apoiar o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, nas eleições de outubro. Depois de se reunir com o tucano em São Paulo, eles indicaram ao pré-candicato que a aliança será formalizada até a próxima semana, após conversas internas nas legendas para convencer defensores de uma coligação com o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT). As cúpulas de DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade bateram o martelo, mas precisam aprovar no voto a aliança com Alckmin. Isso deverá ocorrer nas respectivas convenções nacionais de cada partido – o prazo para realização vai até 5 de agosto.

A aliança vai mudar a correlação de forças da eleição, enfraquecendo a candidatura de Ciro Gomes e dando a Alckmin capilaridade e o maior tempo de TV. Os partidos do Centrão têm 171 segundos por bloco. Sozinho, Alckmin já tinha 78 segundos. Com a aliança, o tucano chega a 249 segundos (4 min09). Com os 111 segundos (1min51) de PPS, PV, PTB e PSD, com quem já está aliado, Alckmin chega a 360 segundos (6min). Adversário histórico do PSDB, o PT tem 95 segundos (1m35).

Em contrapartida ao apoio a Alckmin, que contou com a articulação do senador Aécio Neves (PSDB-MG), o Centrão cobrou a indicação de Josué Gomes (PR), empresário dono da Coteminas, como candidato a vice-presidente. Ontem, Alckmin disse ter “grande estima” pelo empresário e citou que era muito próximo do pai dele, José Alencar (morto em 2011), que foi vice-presidente no governo Lula (PT).

Um ponto que ainda precisa ser discutido são os palanques estaduais. Minas Gerais é o principal foco de atenção, porque o DEM vinha acenando para o deputado federal Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que é pré-candidato ao governo do estado. Com a aliança entre Alckmin e o Centrão, ao qual o DEM pertence, o apoio do partido deve ir para o senador tucano Antonio Anastasia, que também pretende disputar o governo de Minas.

Outro ponto costurado no acordo seria a recondução de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara, segundo líderes do Centrão. Alckmin, entretanto, disse, por meio de sua assessoria, que nada está definido ainda e que  os anúncios ficarão para a próxima semana. A campanha tucana adotou cautela especialmente em relação ao PR, comandado por Valdemar Costa Neto, e o PP. Existe possibilidade ainda de adesão de partidos menores ao bloco, como PHS e Avante (antigo PTdoB).

Alckmin se encontrou em uma casa nos Jardins com o presidente do DEM, ACM Neto, Rodrigo Maia, os deputados Paulinho da Força (SD-SP) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Marcos Pereira (PRB), e Luís Tibé (Avante-MG) para costurar o acordo. Segundo fontes, ele se comprometeu também a estudar uma forma de compensar o fim do imposto sindical para garantir a sobrevivência dos sindicatos.

Fontes avaliam que o que levou o Centrão a Alckmin é o quadro de incertezas em torno da candidatura de Ciro Gomes, que, embora esteja acenando para a aliança, não é considerado um aliado fiel. “Um belo dia, ele acorda da pá virada e nos ataca sem a menor cerimônia, porque éramos aliados do governo Michel Temer”, disse um deputado do PP.

Aliados de Geraldo Alckmin já comemoram o acordo do tucano com o Centrão. O deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) publicou vídeo nas redes sociais afirmando estar “muito feliz” com a sinalização dos partidos do bloco favorável ao presidenciável do PSDB. “Uma alegria muito grande comemorar um fato que parece agora muito encaminhado, a decisão dos partidos de centro de se somarem à candidatura de Geraldo Alckmin”, afirmou o parlamentar.

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