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Grande mídia distorce fala de Mourão e ignora dados científicos

Em mais uma tentativa torpe de ofuscar, denegrir e prejudicar a chapa de Jair Bolsonaro, os veículos de mídia tradicionais vem distorcendo uma fala do candidato a vice, General Hamilton Mourão.

Em palestra, Mourão afirmou que:

“A partir do momento em que a família é dissociada, surgem os problemas sociais. Atacam eminentemente nas áreas carentes, onde não há pai e avô, é mãe e avó. E, por isso, torna-se realmente uma fábrica de elementos desajustados que tendem a ingressar nessas narco-quadrilhas”

A mídia caiu como abutres sob a carniça, afirmando que Mourão teria dito que “casas de mães solteiras são fábricas de elementos desajustados”, uma mentira deslavada, dado que o general se referia aos problemas sociais enfrentados em regiões carentes onde, em uma proporção maior e por diversos motivos, muitas vezes não há um homem na casa.

Mas não bastasse a mentira, o fato é que Mourão não falou nenhuma novidade e muito menos uma inverdade. A própria Folha de São Paulo, em 2007, divulgou os resultados de um estudo de pesquisadores da FVG que confirmava a fala de Mourão:

“Estudo dos economistas Gabriel Hartung e Samuel Pessoa, da Fundação Getúlio Vargas, conclui que fatores como maior proporção de filhos de mães adolescentes ou de famílias onde não há o pai ou a mãe presente aumentam a criminalidade.”

“[…] Hartung e Pessoa compararam estatísticas de criminalidade nos municípios paulistas de 1999 a 2001 com taxas de fecundidade verificadas em 1980. No estudo, eles afirmam que a literatura criminal já descobriu fortes evidências de que crianças nascidas de mães solteiras, criadas sem o pai ou nascidas de mães com baixa escolaridade têm mais probabilidade de se envolver em crimes.”

Mas essa não é uma triste realidade exclusiva do Brasil. Kay Hymowitz explica no artigo The Real Complex Connection Between Single-Parent Families and Crime (A real e complexa conexão entre famílias de pais solteiros e criminalidade) que, nos Estados Unidos.

“A pesquisa da juventude em custódia, de 1987, descobriu que 70% dos jovens encarcerados cresceram sem um dos pais. Outro estudo de 1994, no Winsconsin, foi ainda mais estarrecedor: apenas 13% dos criminosos cresceram com com pais casados. A conclusão de Cythia Harper e Sara McLanahan é de que ‘observando renda e outros fatores, a juventude em famílias com pais ausentes (apenas mãe, mãe/padrasto e parentes/outros) ainda teve probabilidades significativamente maiores de encarceramento que aquela de famílias com pai e mãe.”

Sarah Hall, em artigo de 2001 para o jornal britânico, The Guardian, afirma que:

“Ter um pai biológico que mantém um relacionamento pŕoximo com os filhos, seja vivendo na mesma casa ou não, pode ser crucial para previnir meninos em situação de risco de se tornarem criminosos.”

O estudo se deu com dois grupos de adolescentes, todos de áreas pobres. Um grupo sem problemas com a lei ou com os professores na escola e outro grupo formado por adolescente de uma unidade de segurança, vários condenados por furto, roubo de veículos e assédio sexual.

No grupo dos “bons meninos”, 55% cresceram com um pai presente, enquanto no grupo dos “maus”, esse percentual foi de apenas 4%.

Já, em artigo de 2017 da GaúchaZH a manchete era “Criminalidade tem relação com ‘desestruturação familiar’ no Brasil, avalia Drauzio Varella” em que afirmam que:

“Entre as principais causas, de acordo com o médico, estão a submissão das crianças à violência e à falta de carinho, além da ausência de limites”. É estranho que, frente a tal distorção e a tantas evidencias empíricas, NENHUMA agência de chegagem de fatos tenha classificado as matérias dos grandes veículos de mídia como “distorcidas”. Aparentemente a checagem é reservada a veículos alternativos, que não dependem de verba governamental e, portanto, não estão submissos a interesses eleitoreiros.

 

 

 

JC

 

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