Lava Jato

Duque afirma que Lula, Dirceu e PT dividiam propina da Petrobras

O ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, disse ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato em primeira instância, em depoimento nesta sexta-feira (3), que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro José Dirceu e o Partido dos Trabalhadores dividiram propina em um esquema de corrupção envolvendo a empresa Sete Brasil, criada para fornecer sondas para Petrobras.

Conforme Duque, dois terços da propina arrecadada eram destinados ao PT e, dentro disso, divididos entre Lula, José Dirceu e o partido. “Esses dois terços para o partido seriam divididos entre Lula, José Dirceu e o partido. Lula quem cuidaria (propina) seria Palocci. Zé Dirceu receberia através da Engevix, o agente seria Milton Pascowich, e o partido seria por conta do Vaccari”, afirmou.

Segundo o ex-diretor de serviços da Petrobras, quem determinou a parcela que seria repassada ao PT foi o ex-ministro Antônio Palocci. “Quem está cuidado disso é o senhor Antônio”, teria dito o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, quando consultado sobre a divisão da propina. “Essa decisão eu ouvi do Vacarri, junto com o próprio Barusco (ex-gerente da Petrobras)”, disse Duque.

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), a Sete Brasil intermediou a contratação da construção e do fornecimento de sondas, pela Petrobras, a um custo de aproximadamente R$ 43,9 bilhões, mediante o pagamento de propinas para os ex-gerentes da Petrobras e para o PT. Os fatos teriam ocorrido entre 2011 e 2014. O intermediador seria Guilherme Esteves de Jesus, que representava o estaleiro Jurong.

A ação penal acontece no âmbito da 35ª fase da Lava Jato. Além de Duque, o lobista Guilherme Esteves de Jesus, os ex-gerentes da Petrobras Pedro Barusco e Eduardo Musa, o ex-presidente da Sete Brasil João Carlos de Meideiros Ferras e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto são réus pelos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Moro também ouviu, nesta sexta, Musa, Esteves de Jesus, e Vaccari, que preferiu ficar em silêncio por orientação dos advogados.

Duque foi condenado em outros processos da Lava Jato. Ele é apontado como operador do PT em esquemas de corrupção investigações na operação. Ele está preso em Curitiba e já fez negociações para uma possível delação premiada, mas ainda não tem o acordo firmado.

 

 

 

 

 

 

 

 

Francielly Azevedo – Paraná Portal

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