Corrupção

Dirceu sobre prisão Lula: “Não haverá solução a curto prazo”

Três dias antes do julgamento que pode levá-lo à cadeia novamente, o ex ministro José Dirceu participou de um ato com a militância do Partido dos Trabalhadores (PT), na noite desta segunda-feira (16/4), na sede do Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sindsep-DF), no Setor Bancário Sul.

A reunião em defesa da liberdade de Luiz Inácio Lula da Silva, preso há nove dias por determinação do juiz Sérgio Moro, contou com um discurso efusivo do homem que já foi o mais forte do governo petista, mas, ao mesmo tempo, consciente das remotas chances de o ex-presidente deixar a carceragem rapidamente.

“O companheiro Lula está preso na PF e não haverá solução para curto prazo. Temos de mudar nosso jeito de fazer política. É preciso lutar, e não apenas resistir”, disse Dirceu.

Antes de discursar, o ex-político foi recebido pelos militantes com gritos de “Dirceu, guerreiro do povo brasileiro”. Em seguida, ele agradeceu a presença dos apoiadores e bradou que o “golpe instalado no Brasil (referindo-se ao atual governo) já aconteceu antes”. “Para derrotá-los, é preciso criar uma frente nacionalista. Insisto, temos de ter consciência. Temer está conseguindo fazer um desmonte que nem Fernando Henrique Cardoso conseguiu”, ressaltou.

Ao mencionar a força que o PT possui na política, o ex-ministro enfatizou o volume de vitórias eleitorais conquistadas pela sigla no país. “Ganhamos quatro eleições presidenciais. Quem no mundo conseguiu isso?”, questionou. “Lula ganha de novo, se for candidato”, concluiu.

Embargos infringentes
O julgamento dos embargos infringentes de José Dirceu está marcado para quinta-feira (19), no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre. Na mesma sessão, serão apreciados os recursos de outros réus, como João Vacari Netto e Renato Duque.

Dirceu foi condenado a 32 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa – em duas ações penais da Operação Lava Jato. Ele conseguiu liberdade por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2017.

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