Opinião

“Curitiba comandou 154 delações premiadas, sem grandes problemas. Janot…”

 

“(…) A retomada da justiça vem acompanhada de outro evento importante. Estamos a 3 dias da partida de Rodrigo Janot do cargo máximo da PGR. Já vai tarde. Janot poderia ter acelerado o processo da Justiça. Ao contrário, esteve sempre ausente, omisso, atrapalhado, ou na melhor das hipóteses, atrasado.

Encontrei Janot em maio de 2015. Na oportunidade, cobrei dele posição sobre ação de crime comum impetrada contra Dilma Rousseff, um mês antes. Cabia a ele encaminhar denúncia ao STF, o caso ao Congresso, ou negar a ação. Disse que levaria cerca de dois meses para tomar a decisão. Nunca o fez. Engavetou o caso sem ter tido a coragem de fazê-lo formal e oficialmente.

Fico pasmo, incrédulo, ao ver as denúncias que Janot agora traz contra Lula, Dilma, Gleisi, Edinho Silva, Mercadante, Paulo Bernardo, Jucá e Renan, a míseros 12 dias de deixar o cargo. A argumentação nada traz de novo. Com fatos conhecidos há meses, anos, porque esperou até agora? Por que não o fez quando o Brasil inteiro já sabia das falcatruas desse bando? Só há duas respostas possíveis: incompetência (que inclui medo e inépcia para o cargo), ou má índole. O motivo não sei. Mas sei do mal que fez, protegendo criminosos que assaltaram nosso país por anos, à luz do dia.

Como último golpe em seu histórico, ficam as estatísticas. Curitiba comandou 154 delações premiadas, sem grandes problemas. Janot comandou meia dúzia de delações, com problemas e morosidade de sobra. (…)”

 

 

Rogério Chequer, do Vem Pra Rua, escreveu na Folha.

Mais popular