Economia

Estudo da CNM aponta que 70 cidades da Paraíba não conseguirão fechar as contas em 2015

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Em levantamento realizado pela Confederação Nacional dos Municípios para identificar os efeitos da crise financeira nas cidades brasileiras indicou que 87% dos municípios paraibanos sofre com cortes, atrasos em pagamentos, problemas com repasses federais, além de redução de serviços. O estudo aponta que este ano, 70 cidades da Paraíba terão problemas para fechar as contas.

A pesquisa foi realizada em âmbito nacional e entre os meses de setembro e novembro ocorreu a fase de pesquisa. A entidade elaborou um questionário e enviou para os 5.568 Municípios existentes. Ao todo, 4.080 responderam o que representa uma cobertura de 73% das cidades brasileiras.

Os gestores foram entrevistados sobre a existência de efeitos da crise, quais áreas mais atingidas e quais as providências tomadas, dentre outras. Para 98,5% deles, a crise instalada no País já chegou à esfera municipal.

Na Paraíba, 127 cidades participaram da pesquisa e dentre elas, 70 declararam não ter condições para pagar todas as contas até o final do ano. Prefeitos de 47 municípios indicaram condições para fechar todas as contas e 10 não responderam.

Atrasos com pagamento de fornecedores foram apontados em 72,4% das cidades paraibanas que participaram do estudo. Destes, 78 municípios apontaram que a falta de pagamento a fornecedores compreende períodos de 1 a 6 meses. 7 cidades estão com pagamentos atrasados há mais de seis meses.

As duas principais áreas afetadas com a crise, de acordo com o levantamento da CNM, são Educação e Saúde.

Os efeitos da crise na Educação são mostrados em 101 dos municípios da Paraíba. Oito cidades reclamaram de fechamento de escolas, 20 relataram falta de merenda, 65 apontaram como problema a falta de transporte e 64 falaram sobre falta de recursos para pagamento do piso do magistério.
Na Saúde, o principal problema identificado entre cidades paraibanas foi a falta de medicamentos. 77 cidades relataram não ter medicamentos desde a atenção básica até a alta complexidade.

Falta de médicos foi identificada em 42 municípios, falta de outros profissionais em 52 cidades, paralisação de equipamentos foi encontrada em 38 municípios, fechamento de Postos de Saúde em 4 e retirada de ambulâncias 26 cidades. 87,3% das cidades que participaram da pesquisa se declaram em crise na Saúde.

Os repasses do governo federal para os municípios também foi uma problemática destacada no estudo. Das cidades paraibanas, 89 estão sofrendo por falta de repasses da União.

Com problemas em setores significativos da administração muitos gestores já começaram a tomar providências para amenizar os efeitos da crise. A mais comum foi reduzir as despesas de custeio, listada por 89% deles. O que quer dizer enxugar os custos com água, luz e material, por exemplo.

Sem recursos, o corte de pessoal foi mais uma medida adotada para sobreviver. A redução do quadro de funcionários aparece em segundo lugar, com 58% das respostas. Logo em seguida, fica a redução de cargos comissionados (55%).

Os números preocupam, o cenário de instabilidade na economia brasileira aliado à queda de repasses vitais, como o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) torna a missão dos prefeitos de fechar as contas em dia quase impossível.

com Blog do Gordinho

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