No Brasil, quatro meninas com até 13 anos são estupradas a cada hora. A revelação consta na 13ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta terça-feira (10). De acordo com o levantamento, houve 66.041 notificações de estupro no país, em 2018. Deste total, 53,8% dos casos tinham como vítimas garotas nesta faixa etária.
Ainda conforme os dados, houve crescimento de 4,1% nos registros de estupros em todo o país — foram 180 casos por dia no ano passado. A maioria das vítimas é formada por mulheres (81,8%), sendo 50,9% negras e 48,5% brancas.
A conselheira do Fórum Brasileiro de Segurança Pública — instituição responsável pela pesquisa — Thandara Santos revela que, pela primeira vez, os pesquisadores tiveram acesso aos microdados dos boletins de ocorrência registrados nas delegacias de polícia, fato que propiciou o aprofundamento dos estudos sobre os crimes.
“Falamos de um crime marcado pela desigualdade de poder nas relações de gênero. Está acontecendo dentro das famílias, no âmbito das relações de confiança [das crianças] com os seus curadores”, avaliou a especialista.
Violência doméstica – Os registros de violência doméstica também aumentaram na pesquisa mais recente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Foram registrados 263.067 casos de lesão corporal dolosa (intencional) no Brasil.
O número representa um crescimento foi de 0,8% do índice deste tipo de crime em relação ao estudo anterior e equivale ainda a uma ocorrência a cada dois minutos.
Crimes contra a mulher – O estudo também mapeou a quantidade de feminicídios cometidos em todo o país e constatou que houve 1.206 vítimas, número que significa um crescimento de 4% dos casos em relação ao ano de 2017.
De acordo com os pesquisadores, o ápice da mortalidade ocorre na faixa dos 30 anos. O anuário mostra que 29,8% de mulheres morrem entre 30 e 39 anos. Aproximadamente 28,2% morrem entre 20 e 29 anos. Por fim, 18,5% são assassinadas entre 40 e 49 anos.
Do total das vítimas, 61% são mulheres negras e 70,7% tinham completado, no máximo, o ensino fundamental. Em 88,8% dos casos, o autor foi o companheiro ou ex-companheiro.
R7