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Atraso em obra mantém vivo sonho de ver 1º jogo da Copa

estadio1Quem achava que não teria mais chance de conseguir um lugar na abertura da Copa do Mundo ainda pode sonhar com uma vaga de última hora – tudo por causa da demora na entrega do palco do jogo entre Brasil e Croácia, em 12 de junho. Os atrasos nas obras dos estádios que ainda não estão prontos estão atrapalhando os planos dos organizadores do torneio, que revelam que não sabem ao certo quantos ingressos poderão ser vendidos no Itaquerão, em São Paulo, na Arena da Baixada, em Curitiba, e na Arena Pantanal, em Cuiabá. Como os três estádios ainda têm setores sem cadeiras instaladas, a Fifa não sabe ao certo qual é a capacidade máxima dessas arenas. Portanto, terá de esperar até que todos os assentos sejam colocados antes de colocar à

A informação foi divulgada na quinta-feira pelo diretor de Marketing da Fifa, Thierry Weil, que revela que há um “lote de contingência” correspondente a 7% da capacidade dos estádios que ainda estão em obras, à espera que as cadeiras sejam fixadas. Esse último lote só será disponibilizado quando a Fifa for informada do número exato de lugares de cada estádio. Atualmente, no sistema de venda de ingressos, os bilhetes para Brasil x Croácia aparecem como esgotados. Na realidade, porém, ainda haverá ingressos à venda para o jogo – mas ninguém sabe quantos serão. As três arenas têm até 15 de maio para finalizar a colocação dos assentos. Conforme Weil, é normal que haja diferenças no número de cadeiras em relação ao que foi planejado antes da construção dos estádios.

O dirigente contou que a Fifa já teve de lidar com casos em que faltava uma fileira inteira de assentos na comparação com o projeto original. “A Fifa não é como as companhias aéreas. Não vendemos mais entradas do que o número de assentos disponíveis”, disse ele. Weil admitiu que o atraso na entrega das obras pode provocar alguns transtornos, como a necessidade de reacomodar torcedores em lugares diferentes dos que foram comprados. Além de esperar que a reta final das obras não traga surpresas indesejadas, quem ainda sonha com um ingresso também deve torcer para que convidados e parceiros comerciais da Fifa se desanimem com os problemas vistos nos preparativos no Brasil e desistam de vir à Copa. Se isso ocorrer, muitos bilhetes destinados aos patrocinadores poderão voltar ao mercado.

Recorde – De acordo com Weil, a Copa de 2014 será a primeira em que a Fifa adotará um sistema criado especificamente para evitar os “clarões” nas arquibancadas. Os espaços vazios, que costumam provocar a fúria dos torcedores que fizeram de tudo por um ingresso mas acabaram não conseguindo comprá-los, costumam ser provocados pela desistência de quem ganhou o ingresso em promoções, além do desperdício de bilhetes repassados às federações nacionais. Para evitar ao máximo deixar setores desocupados, a Fifa determinou que seus patrocinadores informem os nomes de seus convidados 72 horas antes dos jogos. As entradas que não forem usadas poderão ser remanejadas. Ou seja, com alguma sorte, será possível conseguir ingressos de última hora nos centros de distribuição de ingressos montados nas cidades-sede.

A Fifa informa que já foram vendidos 2,7 milhões de ingressos dentro de um total de 2,9 milhões. Nesse montante, 72,2% dos ingressos ficam reservados ao público geral que compra os bilhetes pela internet e nos centros de distribuição de ingressos. O restante é distribuído entre patrocinadores, federações e outros órgãos – a Fifa costuma convidar dirigentes de outras modalidades, por exemplo. Apesar dos problemas enfrentados na reta final dos preparativos, a Fifa segue mantendo um discurso otimista quando trata da questão dos ingressos – Weil disse que nunca viu uma demanda parecida por bilhetes para os jogos de um Mundial e destacou que o número de ingressos vendidos já superou o da Copa da Alemanha, em 2006, que detinha o recorde anterior de público. A Copa de 2014, portanto, deverá ser a mais vista de todos os tempos.

Violência – Ao comentar a expectativa para o evento, Thierry Weil admitiu que a Fifa acompanha com preocupação as cenas de convulsão social em algumas das cidades-sede da Copa. Ele reconheceu inclusive que os episódios violentos têm preocupado os patrocinadores do Mundial. O dirigente visitou o Rio de Janeiro, que nesta semana foi notícia no mundo todo por causa do conflito violento envolvendo policiais e moradores de uma favela em Copacabana. O confronto fechou ruas do bairro – que deverá concentrar boa parte dos turistas, jornalistas e dirigentes que virão ao país para a Copa – e provocou uma morte. Em São Paulo, outra sede da Copa, as cenas de ônibus incendiados por bandidos são recorrentes. “Nossos parceiros comerciais nos fazem muitas perguntas, há muita discussão sobre isso. Mas, até agora, ninguém desistiu de trazer seus convidados”, disse.

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