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Acordo Comercial; Exportações paraibanas deve chegar a US$ 140 mi

Até 2035, as exportações paraibanas para países europeus poderão saltar de US$ 35 milhões para US$ 140 milhões com o acordo comercial entre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União Européia (UE). A estimativa é da economista Márcia Paixão. Ela utilizou como conjectura a informação de que as exportações brasileiras para o Bloco podem quadruplicar em 15 anos. Frutas, como mamão, abacaxi, coco e goiaba, calçados, açúcar, etanol e cachaça são alguns dos produtos locais que serão beneficiados com acordo de livre comércio entre os blocos econômicos.

A economista é professora do Departamento de Economia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e coordena o Projeto de Extensão Probex Comex, que estuda o comércio exterior da Paraíba. “Parafraseando o Ministério das Relações Exteriores, mais do que ganhos quantitativos, o fechamento desse acordo anuncia um potencial de crescimento qualitativo efetivo para o Brasil e, em específico, para a Região Nordeste e o nosso estado da Paraíba”, destacou Paixão.

Segundo levantamento feito pelo Probex Comex UFPB, com base nos dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), a participação das exportações paraibanas para a França, por exemplo – um dos países integrantes da UE – cresceu de 2%, em 2010, para 18% em 2018. A Paraíba exporta o mineral Ilminita e calçados para o país europeu. Em 2018, as exportações paraibanas para a França representaram U$$ 20,5 milhões.

A cachaça é outro produto que poderá ganhar espaço no mercado europeu. Para a economista, o acordo comercial abrirá caminho para empresas paraibanas que produzem cachaça de qualidade comecem a pensar em exportar o produto para a Europa. Já o açúcar e o etanol, que são exportados para os Estados Unidos, Canadá e Turquia, ganharão um incentivo para diversificar o mercado externo comprador.

“Mas não custa lembrar que o atendimento de mercados mais exigentes e a concorrência de produtores mais competitivos requerem investimentos produtivos em máquinas, equipamentos e insumos de conteúdo tecnológico, bem como custos mais acessíveis e mão-de-obra mais qualificada”, destacou a economista.

“A Paraíba também exporta frutas para a União Européia. E atualmente parte desses produtos é tarifado pelo bloco. Com o acordo, haverá um incentivo ao incremento dessas exportações pela remoção de barreiras tarifárias e não-tarifárias e a uma possível valorização do produto brasileiro pelos consumidores europeus” falou o economista, Márcia Paixão.

Maior competitividade – O diretor da Câmara de Comércio Exterior da Paraíba, Marcelo Abrantes, disse que os empresários paraibanos que trabalham com exportação e importação receberam a notícia do acordo com bons olhos. “Todo e qualquer liberdade de negociação que ocorra entre países e blocos econômicos trás benefício político, cultural e econômico, pois promove um maior fluxo de mercadorias, serviços e conhecimento entre todos”, destacou.

Segundo Abrantes, os setores econômicos ainda aguardam detalhes sobre os produtos que terão isenção de impostos de imediato. “A Paraíba não é um estado com muitas indústrias, mas algumas delas poderão ser mais competitivas agora no cenário mundial, por terem isenção de impostos de importação na comunidade Européia”, ressaltou.

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